Shameless, a loucura social de uma família genialmente anormal

Quando surgiu o projecto da SIC radical, uma brisa nova pairou no panorama televisivo nacional. Num formato novo e arrojado com diferentes e alternativos conteúdos de entretenimento, os espectadores portugueses, despertavam da letargia convencional da TV tuga e, aos poucos começaram a aderir ao inovador canal televisivo. Se no início a sigla verde que, ainda sustenta, causava admiração, brevemente, a dinâmica e a filosofia adoptada pelo canal cativou os portugueses. Essencialmente o publico jovem que procurava um espaço destinado as suas ilusões e pretensões «tele-ócio-cognitivas». O início titubeante, dentro desse espírito alternativo começou por dar os seus resultados, nomeadamente, na feitura de novos programas e na aparição de novos apresentadores. Vini vide e vici assim se prostrou o novo canal, fruto do trabalho desenvolvido por pessoas novas, capazes de inverter a situação da TV em Portugal.
Inexplicavelmente ou não a situação alcançada cedeu lugar ao despojos de outrora. Actualmente é quase de uma pobreza franciscana a grelha da SIC radical. Poucas são as excepções, como é o caso da série britânica Shameless de Paul Abbott. Por onde começar……. Qualquer das personagens que integram a série possuem algum factor peculiar e fora dos parâmetros normais que as distingue, mas tudo se passa em torno da família disfuncional de apelido gallagher. Cada episódio é uma roda-viva de desafios e peripécias em torno da família e amigos. Após vermos um episódio de Shamaless rapidamente mergulhamos na vida destas personagens, num ritmo tragicómico, onde por vezes os acontecimentos assumem proporções bíblicas com trágicas consequências. O que vale é que no pequeno subúrbio onde o «gallagher rules» tudo acaba bem, pois o «feliz final» de cada episódio não é o mais importante, ate é irrelevante. O que interessa é a viagem alucinante durante a história que decorre em cada episódio. A não perder esta série que se prepara para disparar os últimos cartuchos na SIC Radical, aos domingos à uma da madrugada e as terças-feiras por volta da meia-noite

BB