terça-feira, novembro 06, 2007

A revolução dos Pistols está de volta a nós

Segundo Acto


O movimento Punk toma de assalto as ruas de Londres espalhando a sua mensagem anti-sistema, anarquista e um pouco niilista por toda a Grã-Bretanha.
The Damned, The Stranglers, Siouxsie & the Banshees e The Clash, reforçam o rol de bandas Punk.
Se o Punk havia conquistado a juventude britânica, estava na altura de apresentar esse fenómeno ás massas. E que melhor meio se não a televisão para esse efeito.
No dia 1 de Dezembro de 1976, os Pistols e outros Punks aceitam o convite para aparecerem num dos programas de maior audiência televisiva. Levado ao ar às cinco da tarde, a famosa hora do chá, na qual as famílias concentram-se frente à TV.
Bem este terá sido um dos momentos mais hilariantes da história da televisão inglesa e inclusive da história da TV, em geral. Um misto de Fellini e Monty Pythiano, se assim nos quisermos situar e classificar esse momento bem bonito.
De um lado um desgastado apresentador, representante da velha prescrita Grã-Bretanha. Do outro uma espécie de monstrinhos esfarrapados com uma atitude de insolência. O resultado não podia ser outro do que o choque tremendo entre duas gerações antagónicas. Palavrões e arrotes entram pela sala à dentro dos lares britânicos. A certa altura vemos um apresentador em apuros, que não sabe como descalçar aquela bota. Que tenta a fuga para frente, mas em vão. Pois não consegue entender, muito menos lidar com os valores daquela juventude.
Este episódio gera imensa controvérsia no seio da sociedade britânica. Mas por outro lado consegue disparar as vendas dos Pistols. Diariamente são vendidas dez mil cópias do single “Anarchy In The U.K.”.
Se os jovens os admiram, compram a sua música, usam as suas vestes e assistem aos seus concertos. Uma onda de choque se ergue perante o fenómeno Punk e os visados serão os filhos bastardos de Inglaterra, os Sex Pistols.
Perante a celeuma causada pelos devaneios e ruído que os Sex Pistols ocasionaram. Assustando o publico mais conservador. Que rapidamente os elegem como o mal de todos os males da sociedade. Num ápice tornam-se no inimigo público numero um e o alvo a abater.
Face ás pressões de certos sectores da sociedade civil, a Editora EMI, rescinde contracto com os Pistols.
Não interessa, passem para cá o pilim que nós estamos laçados e alguém irá pegar nos Sex Pistols. E ainda fazemos uma canção a gozar com vocês e com as vossas mentalidades mesquinhas e servil da ordem vigente. Assim terão pensado os nossos anti-herois, Sex Pistols. E tinham razão.
Seguiu-se a editora A & M que assina com os Pistols numa cerimónia simbólica de rua, mesmo em frente ao palácio de Buckingham. Na altura celebrava-se o jubileu de prata da rainha Elisabeth II (completava 25 anos de poder). Aproveitando a deixa os Pistols lançam o single “God Save The Queen”. Foi um daqueles momentos estranhíssimos. Se de um lado tínhamos as ruas embelezadas e enfeitadas de acordo com as festividades do jubileu. Do outro era a música dos Pistols que provinha das casas das pessoas e invadia as ruas de Londres.
Porém a A & M também os despede e estes recebem uma maquia avultada de dinheiro.
O single “God Save The Queen” torna-se o mais vendido da tabela musical britânica. Porém nunca chegaria a numero um, ou melhor chega. Mas por forças exteriores, o numero um, é retirado da tabela. What a Fuck?!?!?!?!?!?!
Contudo os Pistols nunca haviam gravado um álbum de originais.A terceira seria de vez e a Virgin assina contrato com os Pistols e permite que "Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols" veja, finalmente, a luz do dia. Tornando-se no primeiro e único álbum a sério de originais da banda.




BB