segunda-feira, novembro 05, 2007

A Revolução dos Sex Pistols está de volta a nós

Primeiro acto

Se há trinta anos comemorava-se o Jubileu, da rainha Elisabeth II, na casa real Britânica. Actualmente assinala-se a data de lançamento do primeiro e único álbum de originais,”Never Mind The Bollocks”, dos Sex Pistols. E qual a ligação perguntam os caros leitores?!
Recuemos então no tempo. E situemo-nos no distante ano de 1975.
A Grã-bretanha enfrentava uma crise económica e social profunda. Os valores vigentes do statos quo há muito que tinham perdido a legitimidade. O choque de classes, a revolta da classe operaria, que bradava por melhores condições de vida. A crise que se alastrou a vários sectores económicos. A taxa de desemprego que tinha disparado, atingindo níveis exacerbados. Tudo isto sobe a égide da administração de Margareth Thatcher, que representava os valores caducados e ultrapassados, que tolhiam a Grã-Bretanha.
Um futuro sombrio era o que as pessoas auguravam. Para termos uma ideia deste semblante carregado e sofredor. Em Londres, uma greve dos serviços municipalizados da capital, arrastar-se-ia por vários meses. Dando um aspecto pútrido e moribundo à capital londrina. Pilhas de lixo amontoavam-se, construindo autênticas pirâmides de dejectos.
Estavam, assim reunidas, as condições necessárias para o surgimento de um movimento contra-revolucionário, que abalasse o sistema.
Esse movimento seria encabeçado pelo Punk, que emergia das ruas fétidas de Londres. A revolta e as preces dos jovens, rapidamente, viram-se para um movimento musical, que expressa a realidade tal e qual como ela é. O Punk abordava a génese da questão, sem rodeios. Mostrando a realidade pura e dura, ou nua e crua se quiserem.
Dentro deste contexto e aproveitando os sinais que davam conta da eminente revolução. Malcolm McLaren, uma figura do imaginário da musica, cultura Pop e meio artístico Londrino. Decide “dar uma mão” a um grupo de jovens dessa geração. E assim surgem os Sex Pistols. O furacão que abalroará a Grã-Bretanha.
Mas vamos por partes. Malcolm Mclaren era dono de uma loja (Let It Rock) de roupas para a nova geração de teddy boys – os filhos dos gangues originais, surgidas nos idos de 53. Desde então, McLaren tornou-se uma celebridade entre músicos e modernos londrinos.
Mais tarde a loja passar-se-á a chamar SEX, influenciado pela visual da banda protopunck “New York Dolls” (uma mistura de glitter e sadomasoquismo) e de quem fora empresário. Investe nessa imagem agressiva e ao mesmo tempo libertadora das amarras do conservadorismo e do politicamente correcto, que como vimos já não respondia aos desafios da Grã-Bretanha. O primeiro passo fora dado, a incubadora estava pronta. O próximo episódio seria dar corpo à banda.
Reunir os quatro Pistols foi fácil: Steve Jones e Paul Cook (respectivamente guitarrista e baterista) viviam na SEX. Glen Matlock – baixista e balconista da loja aos sábados – foi convocado imediatamente. Faltava escolher o vocalista.
Após alguns castings a banda experimenta um velho frequentador do sítio, um adolescente de dentes podres chamado John Lydon. Mais tarde mudaria o nome para Johnny Rotten (literalmente, Joãozinho Podre). O teste é feito na loja, com o vocalista a cantar numa jukebox. Johnny, que nunca tinha cantado na vida, foi aprovado pela sua postura e comportamento anti-social. Assentando que nem uma luva no seio da banda. Podemos dizer que estava a Put#$# Armada. Há um antes e um depois dos Sex Pistols. De aqui adiante nada será como antes.




BB