terça-feira, outubro 09, 2007

SUPERBAD (Super Baldas)




Depois do "Frat Pack" de Ben Stiller, Will Ferrel, Owen Wilson e restantes acólitos ter salvo a comédia americana da última década, faltava quem continuasse o trabalho. Judd Apatow parece ser o homem certo. O criador da excelente série “Freaks & Geeks” (passou por cá na Sic Radical) levou a comedia indie às massas com “Virgem aos 40” e “Knocked Up” (grande sucesso nos EUA que vamos ver em breve nas nossas salas). Neste “Super Baldas” é apenas produtor, mas a mistura de comédia desbragada com sentimento que explorou nos últimos anos está bem presente neste filme escrito por Evan Goldberg e Seth Green (a estrela que nasceu com “Knocked Up”).
Dois amigos, Evan e Seth (Michael Cera e Jonah Hill), estão a acabar o liceu e vão para faculdades diferentes mas aquilo que verdadeiramente os preocupa é o sexo. Mais precisamente a falta dele, pois são os dois virgens. Mas eis que surge a grande oportunidade de alterar essa situação com uma festa em casa da rapariga dos sonhos de Seth. O plano dos dois amigos é simples: comprar álcool para embebedar miúdas e levá-las para a cama. O problema é que não têem idade legal para comprar bebidas. A solução está nas mãos do cromo Fogell que tem um BI falso (com o extraordinário nome de McLovin, apenas, sem apelidos…).
O filme relata a verdadeira aventura destes amigos em busca de álcool e de chegar a tempo à tão ansiada festa. As cenas hilariantes sucedem-se, desde o encontro com os polícias mais incapazes até à festa de arruaceiros onde vão parar, bem como as piadas escatológicas envolvendo flash-back da obsessão de infância de Seth por pénis (!) e uma arrepiante cena de dança (duas palavras: fluxo menstrual).
Mas a grande qualidade do filme é que para lá de todos os palavrões e fluidos corporais se esconde uma tocante visão do fim da adolescência. Seth e Evan temem perder a sua amizade com as mudanças que se avizinham e a relação dos dois é-nos mostrada com uma sensibilidade e melancolia raras neste género de filmes. Fica um travo de “fim-de-festa” depois da louca festa que é este “Super Baldas”. Todos nos podemos rever nestes personagens se soubermos ver para lá dos risos. É, por isto, a melhor comédia dos últimos anos.
Quando a puderem ver, não se “baldem”.











JR