sexta-feira, outubro 19, 2007

A Brava Dança dos Heróis do Mar






O documentário “ Brava Dança”de Jorge Pereirinha Pires e José Pinheiro vai ser exibido esta noite por volta das 11.25, na incomparável RTP 2. O filme propõe uma viagem ao universo de uma das bandas mais emblemáticas da história da música portuguesa,”Os Heróis do Mar”.
Formados em Marco de 1981,”Os Heróis do Mar”, foram uma lendária banda Pop-Rock. Que sempre se destacou pela inovação, quer fosse a nível musical, de imagem ou de mensagem. Compostos por Paulo Pedro Gonçalves (guitarra); Carlos Maria Trindade (teclas); Tozé Almeida (bateria); Pedro Ayres de Magalhães (baixo) e Rui Pregal da Cunha (voz).
Muitas são as pessoas que o dizem «O futuro da musica Pop portuguesa começou há 26 anos quando “Os Heróis do Mar” editaram o seu primeiro álbum, homónimo e editado pela (saudosa) Polygram e apareceram com a força de um conceito global em que a musica era apenas uma das peças do puzzle».
Decorriam ainda os ecos da Revolução dos Cravos. Portugal era um “velhinho país novo”, iluminado pela esperança que a ditadura lhe tinha espezinhado.
Porem a população mais nova, a juventude em si queria deitar tudo para trás das costas e seguir em frente rumo a um Portugal moderno. O futuro era já ali ao virar da esquina.
“Os Herois do Mar”edificaram os primórdios, verdadeiramente importantes, da cena Pop em Portugal. Partiram deles os primeiros passos que abririam portas, em massa, a outras bandas, no futuro.
Mas o sucesso teve as suas tempestades e tormentas. Inicialmente e inclusive num certo período de tempo, a banda era olhada e descrita por certos sectores da sociedade como neofascistas. Isto devia-se às letras da banda que glorificavam o antigo império e as façanhas e heroísmos dos descobrimentos portugueses. Por outro lado as suas posses e uniformes de ar militar, levavam a que algumas pessoas acreditassem nessa ideia.
Porem não passava de um pensamento errado. Lá fora a liberdade semiótica, levava a que outros grupos já o tivessem feito (veja-se o caso dos Joy Division). O nome da banda inglesa derivava de uma força especial criada pelo regime nazi em que mulheres robustas e esbeltas eram seleccionadas, premeditadamente, para terem relações com o sexo masculino com idênticas características. E no fundo os Joy Division eram tudo menos fascistas ou nazis.
Depois continuariam com a provocação quando formaram os New Order, ou seja, a Nova Ordem. Isto não é mais que uma atitude vanguardista e gozadora de quem se está pouco marimbando para o que os outros pensam
Foi algo semelhante, mas com um espírito único que “Os Herois do Mar” procuraram fazer e fizeram-no no seu melhor. Eles queriam apenas cantar em Português e expressar a cultura e a história de Portugal.
Houve uma altura em que corria a ideia de que “Os Herois do Mar” não podiam actuar a sul do país. A verdade é que o boato ou lenda se confundiu um pouco com a realidade. Porem essa ideia dissipar-se-ia na mente de todos os portugueses. O sucesso e o reconhecimento geral veio com musicas como Paixão; Saudade, Dança Brava, Só Gosto de Ti; O Inventor, verdadeiros hinos radiofónicos.
Banda vanguardista que explorava a cultura portuguesa como nenhuma banda o fez até hoje.

«Era uma enorme mistura de referências: a Historia de Portugal, as sagas de aventuras japonesas, o Thor e o Balder_ não o da mitologia nórdica, mas o da Marvel Comics!» Rui Pregal da Cunha (vocalista dos Heróis do Mar)






BB