Kiss Kiss Bang Bang

Shawn Black. O nome do argumentista e realizador deste filme pode não ser imediatamente reconhecido, mas se disser que foi o argumentista de “Arma Mortífera”, “A Fúria do Ultimo Escuteiro” ou “O Ultimo Grande Herói”, fica-se com uma ideia do currículo do senhor. Depois de ganhar milhões com estes argumentos e de ter alguns fracassos, desapareceu do mapa. Regressa agora para salvar um género cinematográfico da decadência.
Estamos, pois, no universo das comédias de acção, género justamente mal visto nos últimos anos (“Hora de Ponta”, por exemplo), reabilitado, curiosamente, por um dos seus principais inovadores (em finais dos 80/inicio dos 90). O argumento e, principalmente, os diálogos são de antologia, quase obrigando a um segundo visionamento para “apanhar” todas as pérolas com que o filme nos brinda (preparem-se para a cena do dedo!).
Os protagonistas, Robert Downey Jr. e Val Kilmer , dois renegados de Hollywood, mostram bem a subversão que “corre no sangue” deste filme. Não revelando o enredo (só visto…), pode resumir-se assim: um ladrão que se faz passar por actor (e é narrador “interactivo”), um detective privado “gay” (de nome Gay Perry!) e uma actriz frustrada tentam desvendar um mistério que envolve a morte de duas jovens na caótica e louca Los Angeles. O resto são tiros, sexo, piadas, violência, tortura, mentiras, Hollywood e, claro, deliciosas gargalhadas.
Vai ser filme de culto!


JR