sábado, dezembro 29, 2007

Otomiguri Ozaki (Especial Natal)

Chapter 95



Misaki adora esta época festiva. Relembra sempre os tempos em que de pequeno acreditava no Pai Natal, escrevia-lhe uma carta e onde toda atenção estava virada para ele. Agora já adulto e com o irmão mais novo, atenção já não é toda centrada nele, os presentes já não são os que mais deseja mas os que lhe fazem falta ou pelo menos é o que os familiares lhe dizem quando vêm que as suas expectativas não foram superadas. Mas apesar de tudo, todo o espírito da época mantém-se como dantes até porque Misaki arranjou uma forma para poder ter alguns dos presentes que gostaria e que intimamente sonha e que por vergonha ou porque de qualquer forma não lhe dariam nunca. Influenciar o irmão a escolher este ou aquele objecto, este ou aquele brinquedo em vez do que afinal o seu pequeno irmão até gostou mais no inicio das publicidades de Natal foi a forma menos transparente, mas a forma de ter agora adulto o que tinha quando pequeno.
Arrepende-se todos os anos da sua atitude, com a promessa de que no ano seguinte não o irá fazer, mas chegada a época as publicidades avassaladoras e a força do consumismo prevalece.
É assim o feliz Natal de Misaki com ajuda do colorido das luzes que enfeitam a casa e a árvore de Natal.
John Bram não guarda grandes recordações do Natal. Desde muito novo que perdeu o contacto com grande parte da sua família e mesmo seguido pela avó materna o espírito Natalício nunca o acompanhou.
Talvez muito por culpa, não da noite de Natal, mas pelos dias seguintes. Era muito complicado sair à rua, ir a escola, estar com os vizinhos e amigos, estando todos eles a desfilar com todos os seus presentes e John ter apenas a camisola de malha que a sua avó lhe tinha feito.
Por isso já em adulto e quando confrontado pelos colegas de trabalho por causa do seu mau humor nesta época, John respondia todos os anos com a mesma frase “O Natal existe….é verdade, mas não é como ele existe hoje porque este Natal nunca será para todos!!” , deixando sempre os colegas muito incomodados…afinal de contas esta é uma época de paz e alegria , o que levaria alguém a viver esta época assim pensavam todos eles.
Juan Camanes Ayala simplesmente nunca teve um Natal tal como o conhecemos.
Espero que tenham todos tido um bom Natal!!!






GG

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Magazine Nº7















A equipa do Review deseja a todos os que perdem minutos do seu tempo a ler as baboseiras que por aqui escrevemos um feliz Natal!!

Videos que mudaram o Mundo

segunda-feira, dezembro 17, 2007

“Poetry and Human Feelings”


“A arma de toda uma vida pode estar na tua mão”, dizia repetidamente enquanto passava os pés pela típica calçada (artificial de cimento) portuguesa, feita à pressa por mais um poder camarário, não sabendo ao certo o que “poder” queria dizer...
As plantas dos pés em contrição, esmagadas pelo peso do meu enfadonho ser guiavam- -me ao encontro do meu mais recente part-time. O corpo voltado do avesso, queria ter ficado mais um tempo naquele café pouco barulhento, onde a televisão tinha sido assasinada desde o ínicio.
À entrada do edificio, um hall com muita luz, quente e indigente, tipo sala de espera de dentista, logo a seguir, um elevador espaçoso, tipo hospital, monta cargas, etc, (raio de comparações gerais de saúde), entrei, convencido da segurança do mesmo, do elevador, claro está, PRIMEIRO ANDAR, SEGUNDO ANDAR; TER..., o elevador parou no terceiro andar, ouvia o raio de uma musiquinha de, ...., de elevador e os passos de salto alto, de salto alto? Ah, pois, taieur, fato de trabalho de jovem executiva, escuro riscado de branco, palminho de cara baseado, sério e eu...
BAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, furiosa buzinadela de um camião do lixo, “vê por onde andas, palhaço!”, estava no meio de uma passadeira, à quanto tempo, ignoro?


xeltox
banda sonora – Every move is a picture – signs of life









A sublime afabilidade da rejeição
Enraivecida pela cegueira
Até ao estado hidrófobo
Que nos delonga de alienação.

Ambulando em cavilha de intelectualidade
Cingido de escória ávida
Que dilapidará toda a especiosidade
E nos porá fim, a nós.
Tudo era nédio quando a humanidade não existia
O orbe sossegadamente jazia,
E a minha amotinação exacerbava
Em toda a imolação de não ser magnata.

Era o poder da veracidade
Que exsudava da minha voz
Que faria eu ser ouvido
Como o exemplar dos literários.





JG

domingo, dezembro 16, 2007

Otomiguri Ozaki


Chapter 96


Hoje finalmente vai dirigir-se à agência de viagens e procurar um destino onde possa rentabilizar o seu trabalho e aprofundar a sua pesquisa.
Para John Bram como ecologista era certo que teria de deixar as suas raízes e ir correr o Mundo, lutar e transmitir os seus ideais. Quem sabe criar um grupo ecologista pensava ele.
Chegado à agência, foi extremamente bem recebido, apresentaram-lhe diversos destinos, para diversos preços. Depois de 2h30 de muitas hesitações finalmente optou por sair do aeroporto de Heathrow com destino ao México.
3 dias depois chegara o dia…
Com os dois periquitos entregues a vizinha do 6ºC, recomendações da comida que mais apreciavam, horário das vitaminas e hora de recolher entregues num bloco de notas, estava tudo pronto!
10h30, John decide apanhar o táxi até ao aeroporto apesar do seu voo ser as 15H. Como homem tão precavido (como se sabe os pormenores são levados ao extremo), onde todos os detalhes são importantes e nada pode falhar.
É no momento em que vai fazer o Check In e esclarecer algumas dúvidas, que recebe a noticia mais catastrófica que lhe poderiam dar…o avião no qual tem a marcação não pertence à Green Airways!!!... Deixa de lado o seu ar calmo, ponderado e num ataque de fúria como nunca tinha acontecido na sua vida atrai até si todos os responsáveis possíveis do aeroporto de modo acalmar e a tomarem conhecimento do porque de tal exaltação.
John repetia insistentemente: “ sabem a percentagem de dióxido de carbono que a Green Airways emite a menos? 50%!! 50%!!”
É com muita dificuldade que John é levado para uma sala de apoio de modo a poder explicar o porque da sua revolta. Nesse momento apresenta então as suas razões: “ neste momento a Green Airways tem as aeronaves mais ambientalmente sustentáveis. Trouxeram uma revolução nas noções de engenharia aérea. Os seus aviões emitem menos 50% de dióxido de carbono do que qualquer outro avião.
Apesar de fortes pressões económicas as tendências de mudança vão surgir e a introdução de novos materiais e formas vão ser implementadas…”
Completamente perplexos e sem saber afinal qual era o grande problema deste senhor, um dos responsáveis presentes interrompe John questionando-o “mas afinal qual é o seu problema? Apesar de toda a sua explicação técnica continuamos sem saber o porque de toda esta confusão!” É aqui que John cai em si e volta assumir a sua personalidade calma e introvertida e responde: “ na agência de viagens disseram-me que iria na Green Airways”.
Os responsáveis do aeroporto de modo a evitar mais qualquer confusão, confirmam a viagem para o próprio dia às 16h45.
Acompanhado por um segurança até à hora de embarque, John vai finalmente fazer a viagem que tanto ambicionava.
Chegado a Culiacán passa apenas no posto de turismo e segue de imediato para o hotel. Na recepção apresenta os seus dados onde para seu espanto já tinha um bilhete em seu nome. O bilhete continha 4 tópicos, sonho, sociedade invisível, um número estranhíssimo que deveria ser de telefone pois tinha código internacional e um nome Juan Camanes Ayala.





GG

"Estórias Reais Imaginadas"


O HOMEM QUE OUVIU UMA MÚSICA (IN)DESEJADA


O António teve de parar o carro na berma da estrada para se recompor. 18:30. A habitual viagem de regresso a casa, após mais um dia de trabalho, decorria com normalidade, mais trânsito menos trânsito. Mas o rádio começa a transmitir a nova música da sua banda favorita. O António nem queria crer. Aqueles acordes, aquela melodia, aquela letra…Tudo o que ele sempre quis que aquela banda fizesse. Tudo o que ele pediu. Eles fizeram.
Há dois anos o António perdeu o amor da sua vida, a Maria. O longo e intenso romance que os dois viveram terminou, sem que ele percebesse porquê. A Maria deu-lhe “a notícia” na esplanada do café onde se encontravam todos os dias. Apesar do choque, conseguiu perceber algumas das frases que ela disse: “mudei”; “as coisas já não são iguais”; “a culpa não é tua, mas minha”; “acho que já não te amo”; “mereces mais do que aquilo que te posso dar”. Depois a Maria levantou-se e foi-se embora, a chorar. O António não disse nada, nem correu atrás dela. Acabou de comer o croissant com fiambre, pegou nos cacos do seu coração, guardou-os no bolso e foi para casa.
Os meses seguintes foram os piores da sua vida. Regava o desespero com álcool e amaldiçoava o sol. Porque só vinham dias de sol, todos os dias, quando o que ele precisava era de dias cinzentos, de chuva, que se enquadrassem com o seu estado de espírito? Dias de trovoada e chuva, como naqueles “vídeo-clips” pirosos dos anos 80, de baladas igualmente pirosas sobre amores perdidos. Mas não. O António teve de carpir as mágoas com sol e calor.
Apesar de ter optado pela forma estóica e orgulhosa de sofrer acabou por ter duas recaídas. Na primeira tentou ligar à Maria, mas o número do telemóvel já “não estava atribuído”. Ela mudou de número. “Cabra”. A segunda foi muito mais desesperada e ridícula.
O António e a Maria tinham uma banda preferida. Conheceram-se a falar dela, dançaram ao som dela. Toda a relação com aquela banda-sonora. O António decidiu ir ao site deles para enviar um longo e-mail a pedir/exigir que escrevessem uma música. Uma música que fizesse a Maria voltar para ele. Relatava toda a relação. Como começou, como foi e como acabou. “Eu, António, ainda amo a Maria e quero que vocês me ajudem a recuperá-la”. Basicamente.
Ele tinha noção da parvoíce que estava a fazer mas a culpa era tanto dele como da garrafa de gin que bebeu nessa noite. Enviou-o.
O dia seguinte trouxe sol (claro) e um enorme sentimento de vergonha. O António só esperava que a sua banda preferida nunca lesse aquele e-mail! Tinham, com certeza, alguém para ler aquelas coisas por eles, pensou. Mais uma mensagem de um fã para ignorar…
Começou ali a sua recuperação, apercebendo-se do ridículo a que tinha chegado. “Ela não merece”. Vamos em frente”. “A vida continua”. Aos poucos voltou a sorrir, a conviver, a viver. Os dias de sol voltaram a ser bonitos e conheceu a Patrícia. Gostava dela, ainda não sabia se muito, se pouco. Estava feliz outra vez.
Até às 18:30 desta tarde. A sua banda favorita lançou um novo single. Para o comum dos mortais, só mais uma música. Para ele não. A letra contém vários episódios contados por ele no e-mail e um refrão que apela a que uma tal de “Maria” “acorde para o sonho de um grande amor / que não se pode perder” (sic).
“Agora? Quase dois anos depois vêm estes cabr%&$ reavivar fantasmas mortos e enterrados. E se ela ouve isto? Ela adora-os, claro que vai ouvir!”, berrou o António enquanto esmurrava violentamente o volante do seu carro. Acrescentou uns “palhaços!” e “filhos disto-e-daquilo” para adjectivar a sua banda predilecta, enquanto se fazia de novo à estrada.
Estava já em casa a beber um gin tónico, para acalmar enquanto fazia o jantar, quando o telemóvel tocou. Número desconhecido. Atendeu a medo.
Era a Maria.
Continuava a ter uma voz doce, que o envolvia. Que o fazia sorrir.
Palhaços…




JR

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Videos que mudaram o Mundo

FINALMENTE!! Novidades do 2º disco dos GUILLEMOTS!!




A banda britânica, muito apreciada por estas bandas, acabou as gravações do sucessor do enorme Through the Windowpane.
O disco, ainda sem título, foi apresentado na semana passada numa ultra-privada sessão para apenas 12 pessoas, na sinagoga abandonada que os Guillemots converteram em estúdio. Um dos afortunados foi um jornalista da revista musical Mojo que revelou as primeiras impressões. Descreve o disco como um enorme passo em frente, com um arrojo musical que já não se ouvia desde os anos 80 e destinado tanto a pistas de dança como a estádios. As influências vão desde filmes de Bollywood ao pop-funk à Prince.

A tracklist é esta: Kriss Kross, Big Dog, Falling Out Of Reach, Get Over It, Clarion, Last Kiss, Cockateels, Words, Standing On The Last Star, Don’t Look Down e Take Me Home.
O disco sai em Março, pela Polydor, mas vamos conhecer o primeiro single já no início do ano.

Espreitem a noticia completa : http://www.mojo4music.com/blog/2007/12/guillemots_unveil_new_lp.html





JR

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Para por em Repeat (Dose dupla)

GGP.MAGAZINE Nº6











Apesar da tentativa de manter todo o sigilo nas negociações, a verdade é que segundo conseguimos apurar, os membros do Review têm tido menos tempo para actualizar diariamente a informação por se encontrarem reunidos com altas figuras do meio financeiro a negociar a entrada do grupo na bolsa.









Esta semana mais uma grande estreia na GGP.TV , com a exibição do filme Super-Man já com a habitual presença das Bunnies Theatre Troupe.











Como tem sido noticia, alguns dos melhores realizadores e criativos de séries encontram-se de greve. A guerra com a indústria televisiva e editoras tem aumentado de tom pela discrepância na divisão dos lucros que têm acumulado as televisões e editoras.
Séries por exemplo como “Lost” e “Otomiguri Ozaki” têm sido bastante afectadas com todo este processo.




GG

Para por em Repeat

terça-feira, dezembro 11, 2007

Amadeo de Souza-Cardoso em fotobiografia




A Fundação Gulbenkian vai lançar, depois de amanhã, uma fotobiografia de Amadeo de Souza- -Cardoso, o primeiro de três volumes de uma obra dedicada ao pintor que é considerado um precursor da arte moderna em Portugal.O projecto de editar um "catálogo raisoné" de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) resulta de um trabalho de investigação iniciado há mais de seis anos por uma equipa coordenada por Helena de Freitas e que integrou Catarina Alfaro, Leonor Oliveira e Ana Teresa Miranda. Há cerca de um ano, a Gulbenkian organizou a maior exposição de sempre em torno da obra de Amadeo de Souza-Cardoso, com cerca de 280 obras do pintor e de 38 outros artistas seus contemporâeos.Na altura, não foi possível fazer coincidir o lançamento do catálogo com a exposição, pelo que o primeiro volume será lançado agora e os dois outros (um dedicado à pintura e outro ao desenho) sairão até ao final do próximo ano, disse à Lusa Helena de Freitas, comissária da exposição "Diálogo de Vanguardas". O livro reúne fotografias e documentos provenientes de vários espólios .



GGP

segunda-feira, dezembro 10, 2007

“Poetry and Human Feelings”

Há quanto tempo sabemos, os dois, que choramos, um para um lado, o outro para o outro? Há muito que nos mentimos, um a sí próprio, o outro tambem. Assim mentimo-nos a nós próprios, chiu, que não o contamos a ninguém, muito menos a nós próprios. Chiu !
Há quanto tempo?, chiu..., há quanto tempo pedimos tempo para nós próprios, a Tí, a mim..., a nós, que escondemos o que vai na alma, no coração, na alma não, que na alma acabava por ser pensado e algo mastigado entre pensamentos mais ou menos vividos no quotidiano, isso não, apenas escondidos no coração, esses sentimentos vivos que fazem morrer outros, ..., sentimentos.
Juro, juro que me doi, no centro de mim, no sítio onde quando nervoso fico, me aperta, sim, nesse sítio que me sufoca quando inquieto estou. É aí que me doi, é ai que os sentimentos vivem, os puros e os pouco pensados, é aí que moram os sentimentos vivos, que matam outros.Díficil é saber porque uns coexistem, os vivos, com outros quase moribundos, não entendo ?
Ser humano, é ser imperfeito. Deve ser isso que nos torna irrasciveis, ao fim ao cabo tão imprevisiveis, quanto inversamente.
Oiço Sufjan Stevens, como se isso fosse importante, não sei se por ter estado a ver um bocado do “Amar em Nova Iorque” é razão suficiente para falar disto, por um lado notas calmas e descontraidas, demasiado, por outro, um filme tão naif e lamechas, como um sonho óptimo de realizar, ser rico e excêntrico e ainda ter uma história trágica para contar ao fim, claro está com uma banda sonora adequada, já agora, pode ser Sufjan Stevens ?
O que mais queria era páz, ou pelo menos um jornal lido num café com vistas para o mar, bem inquieto, de preferência, ah, e já agora muito frio, que cá dentro, quer dizer, dentro do estabelecimento queria um quentinho ar apaziguador com as intempéries externas, era só isso que eu queria, já nada mais pedia assim de repente. Chegava para ter uma meia hora de sossego, para não poder pensar, para não sentir o peito apertar e deixar de sentir a inevitabilidade irritante que me recuso a viver, desculpa, que nos recusamos a viver. Estou certo? Quem me dera estar longe da verdade, a mil passos dela!



xeltox

Banda Sonora - Sufjan Stevens – “to be alone with you”



sexta-feira, dezembro 07, 2007

"Estórias Reais Imaginadas"


O HOMEM QUE QUERIA IR


O Tiago era calmo e ponderado. Para muitos, até demais. Nunca ninguém o viu zangar-se, exaltar-se ou perder as estribeiras. Família e amigos gostavam muito dele. Por ele próprio e por aquilo que era, claro. Mas também porque sabiam com o que podiam contar. Sem surpresas. Era fiável.
Numa sociedade como a nossa, em que a estabilidade e a segurança são tão importantes, esta é uma grande qualidade. Já ninguém gosta de aventureiros impulsivos que vivem segundo as suas próprias regras e convicções, colocando em causa as dos outros. A não ser nos filmes. Ou nos livros “da moda” que todos compram para ler avidamente durante o Verão ou oferecer no Natal. Pequenos escapes. Nada mais.
Na “vida real”, de Hoje, os mais valorizados e apreciados são os que se conformam a viver nos conformes da conformidade. O Tiago era valorizado e apreciado.
É por isso que ninguém entende porque fez o que fez.
Mas fez.
O Tiago, aos 33 anos, vendeu a casa, o carro e a sua parte na rentável sociedade de advogados que ajudou a criar. Depois, foi-se embora. Deixou a vida que tinha por cá e partiu, livre de constrangimentos, numa viagem pelo mundo. Sem data de regresso.
Já lá vão 6 meses. Tem enviado postais, aos pais, de todos os países que tem visitado e e-mail aos amigos, com fotografias do que mais tem gostado de ver. Diz sempre que está bem, que não se preocupem, mas não dá explicações.
Nestes 6 meses, para lá da estupefacção geral, entre familiares e amigos houve quem o acusasse de ser louco, ingrato, inconsciente e de ter abandonado “todos os que gostam dele”. Houve também quem, secretamente e envergonhando-se de si próprio a seguir, pensasse como seria se fizesse o mesmo.
Todos inventam possíveis razões para a atitude do Tiago. Todos perguntam: “Porquê”? Ninguém esperava. Ninguém entende. Ninguém pensa que talvez ele precisasse mesmo de fazer isto. “Porquê”?
Na “vida real”, de Hoje, ninguém consegue perceber o essencial. O óbvio.
O Tiago foi só passear. Já volta.




JR

Os meus 21 Discos predilectos de 2007, embora, na realidade, sejam 32 ou 34

E da Suécia com muito amor e ardor, conterrâneos dos “The Honeydrips”. Surgem os “The Signed Papercuts”. Banda Indie Pop-Rock, com um som poderosíssimo que nos atrai por completo.
Termino em festa ao sabor dos “Justice”, para abordar a descoberta de algo que desconhecia. Descobri os “Shoking Pinks”, no blog do Rai (Wonderful Electric). Dono do melhor clube musical do país. Falo do Incógnito (Lisboa), onde o Indie, o Pop, o Rock-Rol e o electro são as damas de companhia desta casa de Lisboa.
Esta banda que o Rai fez o favor de divulgar, oriunda da Nova Zelândia tem um som Pop cristalino que recorda o som de bandas da música Pop dos anos 80 e primórdios de 90.
Não podia deixar de falar em, Amy Winehouse, que tem um pinta enorme, idêntica ao seu vozeirão. E que com o álbum “Back to Black” voltou a por a Pop Funk e o Soul no lugar de destaque e classe que merece.
Descoberta de última hora, os suecos “The State Of Samuel”, simplesmente genial.
Todos os álbuns de que, falei e não falei. Fizeram parte da minha Playlist de 2007.
A riqueza é enorme. Grandes álbuns, músicas brutais, vidoclips geniais e concertos do além. Este ano foi um brutal em termos musicais. Venha agora um 2008 idêntico a 2007.

Always listen to God music.












BB

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Os meus 21 Discos predilectos de 2007, embora, na realidade, sejam 32 ou 34

O meu “amigo” Damon Alborn, depois do impacto do fantástico projecto, Gorilaz. Voltou a baralhar e distribuiu novo jogo, através do novo projecto, “The Good, The Bad & The Queen”. Musica moderna à moda antiga.
Jens Lekamn e os Beirut não deixaram os seus pergaminhos por mãos alheias e fizeram dois assombros álbuns que a musica Pop, alguma viu vez à luz do dia.
Regresso aguardado de uma banda especial de corrida. Obviamente refiro-me aos Kula Shaker a quem já tinham feito o funeral, por não terem dado à costa nos últimos anos. Longa se tornou a espera. Porém os rapazes regressaram em grande, transpirando classe, Rock&Rol, ao som exclusivo que os caracteriza.
Outra das bandas que passaram por Portugal este ano, os The Go! Team. Voltaram a fazer das suas. O álbum “Proof of Youth” é a tradução sapiente do espírito jovem, (quase que pueril ás vezes), divertido, rebelde e festarola da mensagem sonora da banda.
Descobertas preciosas de bandas como “Los Campesinos”. Que banda, que musica contagiante, que videoclips, tudo é impecável neles.
As queridas e joviais “Smoosh” que na casa dos 15 anos, já fazem musica como gente grande. Canções profundas e melodiosas de embalar os ouvidos e chorar por mais.
Os norte-americanos “Animal Collective” fizeram mais uma obra de qualidade. Desataque para a primeira música do “Strawberry Jam”, a deslumbrante “Peacebone”. Uma das musicas e um dos videoclips do ano.
Referência distinta para os “Canon Blue” e “Dondolo”. Os álbuns “Colonnies” e “Dondolisme”, respectivamente, foram duas surpresas inovadoras, com novas sonoridades. Embora sejam registros diferentes. Ambos os álbuns vieram acrescentar algo de mágico e importante a esta colheita de 2007.


BB

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Os meus 21 Discos predilectos de 2007, embora, na realidade, sejam 32 ou 34



Agora que 2008 está ai à porta. Está na altura de reunir tudo o que de melhor, inovador e transcendental, foi laborado e apregoado no seio musical de 2007.
A primeira ideia com que ficamos é que, foi uma grande colheita, esta do ano de 2007.
Observamos o regresso de bandas e músicos consagrados. Começo pelos incontornáveis Radiohead, que depois de todo um registo místico/musical, impar. Regressaram com o adorável “In Rainbows”. Provando que há vida e espaços musicais a visitar, mesmo depois de tudo o que já fizeram e alcançaram.
Destaque ainda para o precedente brutal, aberto pelos Radiohead. E refiro-me à maneira pouco ortodoxa, como lançaram o álbum na net. Com um simples click, os apreciadores da banda, podiam descarregar o disco e pagavam apenas o que queriam. Tanto fosse um dólar, um cêntimo ou um euro. Palavras para quê!?
A diva do rock PJ Harvey surgiu ao piano com melodias mais harmoniosas. Os galácticos Happy Mondays regressaram, após um interregno, no ano da morte do seu amigo e conselheiro, Mr. Tony Wilson. Ao rever o fabuloso filme 24 Party People, senti essa sensação de que algo se perdeu para sempre na história da música. Contudo «The show must go on», assim o dizia o próprio, Tony Wilson
O The Boss, Bruce Springsteen surgiu com um surpreendente álbum, já na recta final do ano.
O ano em que o furacão CSS fez furor nos principais festivais de Verão, por esse mundo fora (por cá foi Paredes de Coura).
Relativamente as minhas duas primeiras escolhas do ano. Elas recaem em duas das mais importantes bandas da actualidade. Estabelecendo um paralelismo. Os álbuns “Néon Bible” e “Sounds of Silver” dos Árcade Fire e LCD Soundsystem, respectivamente. Foram idênticos, ás passagens por estas duas bandas, em Portugal. Concretamente no SuperBock/Rock Ambos nos transportaram para o lado mais distinto que a musica tem para nos oferecer. Deixando-nos a cabeça á roda, o corpo físico desaparece, tornando-se inexistente. Ninguém consegue explicar o que se passou ali. A verdade é que toda a gente ficou esmagada pela magnitude em palco e pela força musical de “Néon Bible” (principalmente) e “Sounds of Silver”.
O terceiro posto é que me deu água pelas barbas. Tive uma dificuldade tremenda em escolher um vencedor. Optei pelo belíssimo “Here Comes The Future” dos “The Honeydrips”. E está muitíssimo bem entregue. Ouçam-no e depois perceberam os porquês.

















BB