quinta-feira, novembro 15, 2007

A Queda de um Muro e a reunificação de um Povo Inteiro

Terceira Película

Chega assim ao fim, as crónicas de películas baseadas na queda do Muro de Berlim (9 de Novembro de 1989), ou sobre o regime da RDA e da Cortina de Ferro, que dividiu a Alemanha, a Europa e o mundo.
Termino com dois filmes algo diferentes, de “Adeus Lenine”e “A Vida dos Outros”.
Comecemos por uma deliciosa, preciosidade, que vi há muitos anos atrás. Durante a minha infância (VHS RULES). E que por sorte, tive a oportunidade de rever há uns tempos, no canal Hollywood.
Falo-vos de “Gotcha”, um filme de acção, aventura e comédia que ocorre durante o clima da Guerra-Fria, nos anos oitenta.
A história começa com dois jovens estudantes norte-americanos, que decidem passar umas férias na Europa.
Objectivo, conhecer culturas diferentes, tirar muitas fotografias, apanhar umas valentes pielas e preferencialmente, descobrir o lado feminino europeu.
Até aqui tudo bem. Apesar de continuarem na cultura ocidental, o choque da visão norte-americana, acaba por contrastar com a visão europeia da vida.
Esta situação é explorada pelo realizador Jeff Kanew (realizador de Revenge of the Nerds de 1985), que acaba por “colar”, ao longo do filme, algumas situações cómicas e absurdas, envolvendo o par de amigos.
Dando-lhe, aquele ar muito próprio, deste género de filmes americanos da década de 80. Talvez dai eu, ainda, achar uma piada a “Gotcha”.
O contraste, entre ambos os amigos, também dá uma singularidade á historia.
Um alto e moreno que engata miúdas bonitas e inocentes nas ruas de Paris. Dizendo-lhes que é “Carloooossss”, um terrorista procurado pela Interpol. Por aqui podemos ver a mística de “Gotcha”.
O outro, também alto, mas loiro, sossegado e acanhado. Porém será ele o protagonista do filme. Quando conhece numa casa de vinhos e de leitura em Paris, uma mulher esbelta, chamada Sasha (Uh La La isto promete), que acaba por engraçar com Jonathan, o nosso herói.
Contudo e após uma noite tórrida de amores, Sasha convida Jonathan, a deixar o amigo em Paris, e ir com ela uns dias a Alemanha Oriental. O jovem americano que perdera a virgindade em Paris. Vê-se numa embrulhada, ao aceitar o convite. Pois na RDA descobrirá que Sasha não é apenas uma mulher experimentada na vida. Mas também uma espia que se envolve com gente perigosa, pondo a vida em causa e a dos que a rodeiam.
Uma cena memorável (lembrei-me agora) sucede com Jonathan, quando aguarda no meio de uma das ruas da Alemanha Oriental, por Sasha. Nervoso e inquieto, apruma as suspeitas de um polícia da RDA, que o aborda. Quando lhe pergunta o que faz ali de manhã cedo, sozinho, aquela hora. Ele responde que está a ver as charcutarias da montra do talho que existe no centro da rua. Contado não tem piada, mas visto é de morrer a rir.
O “romance” lá prossegue, com Jonathan a fugir de espiões da RDA e termina nos EUA, onde descobre a verdadeira identidade de Sasha.
“Gotcha” é “must” de filme dos anos 80. Uma película que contém um pouco de tudo, desde acção, comédia, aventura, romance e um Happy Ending.
E há alturas em que filmes como este, assentam que nem uma fatia de bolo-rei, em pleno Natal.








Quarta película e o Capitulo Final

Concluímos com o deslumbrante “The Wall”, um álbum dos Pink Floyd ou um filme de Alan Parker?! E porque não, um dos expoentes máximos da cultura do Sec. XX?
Na verdade “The Wall” é uma ópera rock e um álbum conceptual dos “meus amigos” Pink Floyd.
Para sermos, integralmente, rigorosos, é uma espécie de registro, um pouco autobiográfico de Roger Waters (o baixista Floydiano) e Syd Barret (ler texto de Julho 2006 no Review).
A ideia surgiu-lhe durante uma digressão dos Pink Floyd, num concerto em que Roger Waters cuspiu na cara de um fã, que estava a ter um comportamento perturbador.
De imediato, repugnado com o acto que tinha cometido, surgiu-lhe a ideia de construir um muro entre si e o público, ideia essa desenvolvida mais tarde para a produção de "The Wall".
«O conceito do álbum, tal como a maioria das músicas, pertence a Roger Waters. A
história retrata em ficção a vida de um anti-herói ("Pink") que é martelado e espancado pela sociedade desde os primeiros dias da sua vida: sufocado pela mãe, oprimido na escola, ele constrói um muro em sua consciência para, estabelecer uma divisão entre ele e a sociedade. Refugiando-se num mundo de fantasia que criou para si.
Durante uma alucinação provocada pela droga, Pink transforma-se num ditador fascista apenas para que a sua consciência rebelde o ponha em tribunal, onde seu juiz interior ordena-lhe que mande abaixo o seu próprio muro e se abra para o mundo exterior.»
Devido ao sucesso global do álbum, Roger Waters viu aqui uma excelente oportunidade para prolongar o êxito da obra, levando-a para as telas de cinema.
A tarefa de passar “The Wall” para o cinema ficou a cargo do realizador Alan Parker.
Se o álbum foi dos mais vendidos de sempre e considerado, unanimemente, como um dos melhores de todos os tempos. O filme, apesar de Roger não ter gostado muito do trabalho final de Alan Parker. A verdade é que “The Wall”, o filme, se tornou num objecto de culto, intemporal.
Roger Waters perfilava-se para explanar a personagem de Pink, quando à última da hora, Bob Geldof ex-membro da Band Aid, foi o eleito para interpretar Pink. Diga-se de passagem, fazendo-o com enorme classe. Contudo Roger Waters teria uma oportunidade de encarnar a personagem Pink, num dos principais momentos celebrativos do Sec. XX.
«Waters levou ao palco um gigantesco espectáculo de "The Wall" em Berlim em 21 de Julho de 1990 com vários artistas convidados tais como: Van Morrison, Sinead O'Connor, Cyndi Lauper, The Scorpions, Jerry Hall, e Bryan Adams, para comemorar a queda do Muro de Berlim e para angariar fundos para o World War Memorial Fund for Disaster Relief.»
O espectáculo começava com uma estrutura megalómana em palco. Um muro erguido que dividia os artistas que cantavam e tocavam do outro lado do muro fictício. Enquanto o publica escutava e olhava do outro flanco. O deslumbramento acontece quando ao som da música “Another Brick In The Waall”, o muro, se desmorona como peças de Lego.
Este foi o concerto dos concertos de todos tempos. A apoteose correspondente á liberdade e à voz de um povo, que foi mais forte que a tirania e as injustiças de um regime decrépito e sem rosto. Igualmente como o “Big Brother”, chegava como a serpente de medusa a todos os sectores da sociedade.
Esqueceram-se foi da velha máxima: O Povo Unido jamais será vencido……….






BB

1 Comments:

At 8:20 da manhã, Blogger GGProduction said...

BB este conceito ocasional ou não de varias "peças" por um unico tema ou conceito é muito bom!!!
Grande trabalho!!!

 

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