terça-feira, novembro 13, 2007

A Queda de um Muro e a reunificação de um Povo Inteiro

Segunda Película


Seguindo o périplo, pelos filmes que focam a queda do Muro de Berlim e a divisão da Alemanha, em duas, parte Oriental e Ocidental. Depois da análise, ao fantástico filme, “A Vida dos Outros”. Não era difícil adivinhar o filme que se seguia.
Falo-vos da belíssima película germânica, “Good Bye, Lenin!” (2003), dirigida pelo realizador Wolfgang Becker.
A história começa nos frenéticos dias que antecederam a Queda do Muro. Multidões de pessoas, sedentas por Liberdade e encorajadas pelos novos ventos de mudança (Efeito das medidas politicas Glasnost) que pairavam no horizonte. Mostram o seu descontentamento contra o regime da Alemanha Oriental.
No seio da multidão, encontra-se Alex. Um, dos milhares de jovens, que desejam ver o mundo para além da cortina de ferro. Apesar de estar a assistir e a viver um dos principais momentos da história do século XX. Onde o virar da pagina do livro bafiento, caducado e que aprisionava, as mentes, as atitudes e ao fim ao cabo, as liberdades individuais, de cada um. Tinha os dias contados.
Um novo capítulo, emocionante, estava prestes a erguer-se, nas vidas de um povo que tinha estado afastado do resto do mundo demasiado tempo.
O estado de graça de Alex, que absorvia vivamente, o sonho, que entretanto se tornara realidade. É desde logo abalado, pela trágica notícia da entrada em coma de sua mãe, efeito colateral, duma uma paragem cardíaca que sofrera
Sua mãe, o seu ente querido e o mais-que-tudo na vida de Alex. Era professora e uma entusiasta do Socialismo. Porém o susto é passageiro. E passado uns tempos sua mãe consegue sair desse estado letárgico.
Entretanto o muro de Berlim já havia caído, e a Alemanha se unificara com a derrocada do socialismo, na antiga RDA.
Fisicamente debilitada, e sem poder absorver preocupações, ou sustos de qualquer estirpe. Muito menos o choque emocional da noticia de que a utopia em que acreditava, piamente, tinha desaparecido.
Face a essa situação, Alex decide recriar num quarto de seu apartamento a extinta Alemanha Oriental, com produtos, notícias e até mesmo personagens fingidas. Culminando com o deleite de mostrar uma fictícia derrocada do capitalismo na Alemanha Ocidental.
Tudo isto para agradar a mãe. Palavras para quê (BRUTAL).
Aos poucos, vai descobrindo as recordações de infância devido à encenação rocambolesca perpetrada, por ele. E o choque emocional toma agora conta de Alex. Que pode agora estar com a figura paterna, que o havia deixado (na infância), a si, a sua irmã e sua mãe. Por ter conseguido a sorte no outro lado do muro.
Filme divertido, triste, nostálgico, esperançoso….enfim uma amalgama de emoções humanas genuínas que nos deixam comovidos e com um brilho de felicidade nos olhos.
Premiado em vários festivais de cinema, onde a sua mensagem encantou, claramente os espectadores.
Destaque ainda para a fabulosa banda sonora a cargo do cantor, compositor e multi--instrumentista francês, Yann Tiersen. Tornou-se internacionalmente conhecido ao compor a prodigiosa banda sonora, para o igualmente prodigioso filme, “O fabuloso destino de Amélie Poulain”.
Como em todas as revoluções, há símbolos velhos que caem e novos que se erguem.
Termino com a citação a uma das cenas mais hilariantes do filme.A certa altura, uma das nossas prezadas personagens é tomada de assalto, por uma estranha imagem real, mas ao mesmo tempo de contornos surreais e fantasiosos. Onde especada e de boca aberta, admira um helicóptero que leva uma antiga estátua de Lenine, presa a umas fortes correntes de aço.





BB